sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Resenha: Memória de Minhas Putas Tristes (Gabriel García Márquez)

É difícil pensar em dizer algo menos que excelente para uma obra de Gabriel García Márquez. E 'Memória de minhas putas tristes' está a um passo de ser um livro ruim. Pois, é uma leitura de difícil entendimento, de uma amplitude sentimental que quase enlouquece. Tanto que, ao fechar o livro após a última página, foram horas pensando, pensando e tentando chegar a um pouco do que a genialidade de Gabo chegou.

Em um primeiro momento, pensamos naqueles velhos tarados que ficam na praça jogando dominó e quando uma mulher passa ficam babando e chamando de gostosa. Mas, depois, percebe-se a delicadeza de amar o que é belo e intocado em qualquer idade, em qualquer momento da vida, seja com 90 anos, seja com a ingenuidade dos 9.

A forma cru como Gabo cita algumas mulheres e algumas passagens da vida do velho jornalista é deliciosa de se ler. O homem tem o dom de conseguir demonstrar frieza e languidez sem cair no vulgar. Em certos momentos, teme-se ser ruim sentir uma ponta de orgulho ou até mesmo um apreço especial por aquele homem que era mais um grosso metido a machão na multidão.

Enfim, é um livro com a complexidade que se espera de Gabriel García Márquez e que retrata de onde vem esse eu que todos temos e, às vezes, queremos esquecer.

Ficha técnica:

Livro: Memória de minhas putas tristes
Autor: Gabriel García Márquez
Editora: Record
Ano: 2009
Páginas: 130
Nota/cotação: 3,5 de 5

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