domingo, 31 de julho de 2016

Parabéns, JK e HP!





Há um pouco mais de 16 anos eles surgiram na minha vida e de muitas outras pessoas. Como quem não queria nada, vieram e nos mostraram que o mundo da magia possui caminhos ainda inescrutáveis, caminhos tão interessantes que nos fazem pesquisar na mitologia grega ou romana, conhecer um pouco mais de latim e até mesmo levar algumas teorias filosóficas para a vida.

Hoje, J.K. Rowling faz 51 anos, Harry Potter (seu personagem e uma forma de alterego) faz 36. Juntos, eles mudaram a vida de muitas pessoas, pois o mundo pós-Hogwarts é outro. Uma geração de crianças e adolescentes redescobriu sua paixão pelos livros e alguns adultos, incluo-me nessa, redescobriu que o mundo é muito melhor com magia!

Parabéns ‪#‎JKRowling‬, parabéns ‪#‎HarryPotter‬ e parabéns para todos nó s‪#‎Potterheads‬, que ganhamos muito com essa dupla!


quinta-feira, 28 de julho de 2016

Resenha: Insônia (Stephen King)

No início, dá pra dormir mesmo, mas este livro leva a assinatura de Stephen King, com suas alucinações e situações bidimensionais, e como tal merece ser tratado. O início da obra peca pela demora nas ações, deixando o leitor completamente sonolento, apesar do tema, mas depois compensa.

A partir da metade do livro, a situação se inverte e tudo começa a correr livremente, mexendo bastante com a imaginação. Ralph faz várias importantes descobertas e começa a querer mudar a situação e a combater os 'maus espíritos' que rondam sua pacata cidade. Isso porque, desde que sua esposa morreu, ele não consegue mais dormir, com isso, a hiper-realidade toma conta de seu dia a dia. Até que ele percebe que há muito mais coisas por trás dessa insônia bizarra!

Destaque para as passagens em que Ralph tem as visões das desgraças que podem ocorrem com seus conhecidos; e para a primeira cena dos balões que ele vê no parque. Esses dois momentos são muito ilustrativos, parecendo que você está vendo aquele acontecimento se desenrolar bem na sua frente, mostrando que King é um dos maiores roteiristas de cenas da atualidade.
"Encontraram uma sala de visita do outro lado, e o que viram ali Fez o estomago de Ralph se contrair de horror. Duas mulheres tinham sido encostadas contra a parede... As duas tinham sido mortas com tiros na cabeça, à queima-roupa; miolos, retalhos de escalpo e lascas de ossos espalhavam-se pelo papel de parede florido. Uma das mulheres estava grávida".
PS.: Apesar de não ser imprescindível, 'Insônia' é uma espécie de prólogo da saga da Torre Negra!

Ficha técnica:


Livro: Insônia
Autor: Stephen King
Editora: Objetiva
Ano: 2000
Páginas: 490
Nota/Cotação: 3,5 de 5

Você sabia? - Fernando Pessoa


quarta-feira, 27 de julho de 2016

Resenha: O amor nos tempos de cólera (Gabriel García Márquez)

Florentino Ariza. Este é o homem. O homem que soube esperar. O homem que soube ir atrás. O homem que abriu mão. O homem que não se deixou levar. O homem que verdadeiramente amou. O homem inigualável.

Gabriel García Márquez com sua leveza de chumbo mostra nesse romance que o amor não tem idade ou classe social; além disso, muitas coisas podem acontecer na vida de uma pessoa, outros tantos podem ir e vir, mas, o amor quando é verdadeiro nunca some, não ata, nem desata, fica ali, aguardando a chance de vir à tona.

Com um diálogo próprio e uma maneira singular de expressar as sensações desse
personagem único, Gabo se supera e assina mais uma vez o livro da genialidade ao contar a história que começa com o encanto da paixão pelas tranças da pequenina Fermina Daza, passa a ser uma troca de cartas enamoradas... mas ao conhecer o pretendente, ela o rejeita e casa-se com outro. Porém, o amor de Ariza tudo vence e permanece norteando toda a sua vida. Até que chega o grande dia de vê-lo ser retribuído por sua amada, por sua menina de tranças que já há muito é uma mulher feita e com o viço da juventude ao longe, mas que mantém no olhar o brilho pelo qual ele se apaixonou há tantos e tanto anos.

É um livro de amor, prudência, sabedoria, raiva e dor. Há momentos em qua nos apaixonamos e odiamos com a mesma intensidade. Há momentos em que não conseguimos diferenciar realidade de ficção. Há momentos em que é impossível não se encantar com o realismo fantástico do mestre Gabo!

Neste livro, Ariza me tomou a Alma, como Gabo sempre me toma a mente em todas as suas obras! Super recomendado!

PS.1: Para completar o chavão, poderia dizer que Javier Barden (ó deus todo poderoso da beleza e da interpretação) me tomou o corpo na adaptação para o cinema do livro!

PS.2: Fernanda Montenegro está simplesmente maravilhosa e espetacular nesse filme! Palmas!!!!



Ficha técnica:

Livro: O amor nos tempos de cólera
Autor: Gabriel Garcia Márquez
Editora: Dom Quixote
Ano: 2002
Páginas: 422
Cotação/Nota: 5 de 5

terça-feira, 26 de julho de 2016

Resenha: Frankenstein (Mary Shelley)

É praticamente impossível pensar em literatura e não lembrar de 'Frankenstein', desta obra prima de Mary Shelley, que surgiu em um tempo obscuro, quando as mulheres não tinham oportunidade de serem escritoras. E, mesmo assim, a autora conseguiu criar um texto muito interessante e inovador para os padrões da época. Um cientista que quis brincar de ser Deus. Uma mulher que quis ser mais do que um fantoche...

Victor Frankenstein cria um ser a base de pedaços de cadáveres que ele rouba dos cemitérios. Após ver sua 'criação', o cientista não consegue conviver com aquilo que conseguiu dar vida. O monstro, revoltado, começa a fazer atrocidades para obter a atenção de seu 'pai' e para tentar achar algum sentido na vida que recebeu.

O texto é de uma criatividade impressionante e com bom desenvolvimento, porém, a autora peca algumas vezes nas descrições dos locais e personagens, atrasando um pouco a leitura. Mas, nada que atrapalhe este excelente livro, que te faz pensar no quanto somos dependentes das consequências do que fazemos e, principalmente, no quanto a ciência deve pensar antes de 'produzir' algo que não possa ser controlado. Afinal, de incontrolável já basta o homem e sua bestialidade.


PS.: 'Frankenstein' também é conhecido como 'O prometeu moderno' e foi lançado originalmente em  1818.

Ficha técnica:
 
Livro: Frankenstein
Autor: Mary Shelley
Editora: L&PM Pocket
Páginas: 256
Ano: 2009
Nota/Cotação: 3,5 de 5


segunda-feira, 25 de julho de 2016

Resenha: A revolução dos bichos (George Orwell)

A política nua e crua, principalmente a que vemos espalmada em nosso dia a dia,
nos noticiários a que somos apresentados diariamente no país, assim podemos definir 'A revolução dos bichos'. A triste parábola do ser humano quando toma o poder não poderia ter sido melhor explicada do que neste livro. George Orwell descreve com fidelidade a soberba que atinge as pessoas que chegam a algum lugar em relação àqueles que o ajudaram, ou que fizeram parte da comunidade que o ajudou.

É inebriante a forma como os seres humanos são compreendidos entre os porcos. E como os porcos, depois, fazem de tudo para se tornarem como os seres humanos. As guerras, os duelos, as estratégias, os moinhos de vento, enfim, tudo está ali, retratado em poucos páginas, mas que chegam ao âmago da questão política em qualquer lugar do mundo. Ainda mais na pocilga circense em que estamos imersos na política brasileira.

Enfim, um livro único e obrigatório!
"Nada havia agora senão um único Mandamento dizendo:
TODOS OS ANIMAIS SÃO IGUAIS, MAS ALGUNS ANIMAIS SÃO MAIS IGUAIS QUE OS OUTROS.
Depois disso, não foi de estranhar que, no dia seguinte, os porcos que supervisionavam o trabalho da granja andassem com chicotes nas patas".

Ficha técnica:


Livro: A revolução dos bichos
Autor: George Orwell
Editora: Companhia das Letras 
Páginas: 147
Ano: 2002 (original de 1927)
Nota/Cotação: 4,5 de 5 

25 de julho - Dia do Escritor


sábado, 23 de julho de 2016

Resenha: A história do Galo Marquês (Ganymédes José)

Há uns 25 anos li este livro, se não me engano foi o primeiro livro com mais letras do que figuras que li. E, de lá pra cá, de tempos em tempos pego-o para ler, pois, me marcou de uma forma inigualável, já que foi um dos contatos primordiais que tive com a morte e sobre como as perdas podem afetar a vida de uma pessoa.

Com um texto ágil e didático, Ganymédes José conta a história de um pequeno escravo, de apenas 8 anos, que cria um galo desde que ele ainda estava dentro do ovo, ajudando-o a sair da casca, dando comida, colocando uma fralda (essa parte é hilária), vendo-o se tornar um belíssimo galo e sempre companheiro de todas as horas. Porém, um dia, quando todos os galos da fazenda estavam doentes e um iminente barão iria jantar na Casa Grande naquele dia, os senhores sacrificam o
coitadinho, para desespero do menino. Um pouco antes do Natal, o garoto morre de tanta tristeza por terem arrancado dele seu melhor amigo. E, na meia-noite do dia do nascimento do Senhor, naquela fazenda, viu-se uma estrela mais brilhante do que as outras e ouviu-se um canto de um galo, tão forte e profundo como nenhum outro. Então, houve a certeza de que os amigos haviam se encontrado.

Desculpe, se eu contei a história quase toda, mas é que é muitoooooo linda, muito emocionante e que marca qualquer um em qualquer idade. Se você tiver a oportunidade, algum dia, de comprar este livro, com 15, 20, 30, 40, 50, 60 anos, pode ter certeza de que valerá a pena. Afinal, a sensibilidade não é medida pelo tempo.

Ficha técnica:


Livro: A história do Galo Marquês
Autor: Ganymédes José
Editora: Moderna
Ano: 1982
Páginas: 64
Nota/Cotação: 5 de 5

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Resenha: Álbum de família (Danielle Steel)

Uma história de vida contada através de quatro décadas. Essa é a proposta de Danielle Steel em 'Álbum de família', que fala da estonteante atriz Faye Price, que abdicou de tudo por causa do amor. Mas, será que ela fez o certo? Será que foi mais feliz assim? Ainda daria tempo de retomar o seu posto em Hollywood?

O livro começa com a visita de Faye a um dos acampamentos dos soldados americanos durante a Segunda Guerra Mundial. A ida de astros e atrizes de renome aos fronts era uma tática comum do exército para incentivar seus soldados e Faye o fez com orgulho. Lá em Guadalcanal, ela conhece muitas pessoas e uma delas é Ward Thayer, um jovem soldado que como muitos outros se apaixona pela estrela. No entanto, ele consegue se aproximar dela e eles passam um noite conversando e rindo como se fosse velhos amigos. Só que no futuro, ele seria muito mais do que apenas um amigo.

Dois anos depois, quando ela quase não se lembrava do jovem soldado que a encantara, ele reaparece: vivo e dono de uma quantia milionária. Como não poderia deixar de ser, o encantamento inicial retorna e a paixão entre os dois se torna inevitável. O amor é tão arrebatador e eles se completam tanto que ela decide abrir mão de tudo o que havia conquistado na vida para se tornar a apenas sua esposa. Tudo está às mil maravilhas durante anos, eles têm três belíssimos filhos, mas Ward parece não ter amadurecido nem sequer um dia após o primeiro contato deles e se transforma em um playboy sem escrúpulos e perde todo o seu dinheiro, além de trair Faye.

A partir deste momento, ela começa a repensar sobre tudo que havia feito de sua vida e se teria tomado uma boa decisão. No entanto, ainda restava coragem para reassumir seu destino ou seria mais cômodo tentar levar a vida nas aparências? Será que o público, diretores e amigos ainda se lembravam de Faye Price? Será que ainda há chance de recomeçar? Estas são algumas da perguntas que a autora vai respondendo aos poucos no decorrer do livro e mostrando que mesmo para quem é linda e famosa há muitos percalços e a maioria das pessoas só pensa em usufruir do que lhe é oferecido por estar ao lado de uma diva das telas.

PS.: A forma como ele a pede em casamento é tão fofa, mas tão fofa que ficou marcada na minha mente! Linda cena!

Ficha técnica:


Livro: Álbum de família
Autor: Danielle Steel
Editora: Record
Ano: 1994
Páginas: 426
Nota/Cotação: 5 de 5

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Resenha: O Castelo das Águias (Ana Lúcia Merege)

Para quem é uma Potterhead assumidíssima como eu, pegar um livro de fantasia que se passa em uma escola já me deixou com um pé atrás. No entanto, Ana Lúcia Merege consegue em ‘O Castelo das Águias’ (Editora Draco) contar uma história complexa a seu próprio modo, com diversas referências mitológicas, linguajar particular e um intrincado ambiente físico, geográfico e histórico, que começa a ser muito bem explorado neste primeiro livro da trilogia.

A história se passa em Athelgard, uma região das Terras Férteis, localizada no que chamam de Leste, que sempre está receoso de ser invadido pelas cidades do Oeste. Nesta vila está a Escola de Magia Castelo das Águias, onde Anna de Bryke ou Anna dos Lobos, uma jovem que sempre viveu em uma floresta distante dali, começa a lecionar e se torna Mestre de Sagas.

Como não poderia deixar de ser, a Escola conta com um corpo docente dos mais variados, com o velho Mentor, que é quem convida jovem Anna para lecionar, elfos, meio-humanos, membros da realeza, bons e maus, além dos alunos que são divididos entre Primeiro, Segundo e Terceiro Ciclos.

Tudo isso, temperado com grandes doses de magia, obviamente, suspense, aventura e duelos, já que a trama se desenvolve com o julgamento da Convenção que decidirá se as Águias Guerreiras, que são criadas no entorno do castelo e utilizadas durante algumas luas na guerra, devem ou não ir para outras cidades. Algumas pessoas, e elfos, querem levá-las, mas será que conseguirão? Será que conseguirão tirá-las das mãos do taciturno Mestre Kieran de Scyllix e transformá-las em verdadeiras máquinas de matar? E todos são quem realmente parecem ser naquele castelo? O passado ainda pode voltar para assombrar aqueles que optaram por ficar no Castelo das Águias?

 A autora pincela cada um dos elementos da fantasia em uma empolgante aventura, que também conta com o amor entre os personagens principais, descrições de feitiços e rituais, seleção de histórias de diversas mitologias mundiais e referências a tramas já consagradas mundialmente, com uma colcha concentrada e detalhada de acontecimentos, de poucas arestas. Destaque para os relacionamentos inter-raciais e para os intrincados jogos políticos da região descritos no livro e presentes em cada um dos Conselheiros e em suas atitudes. Como uns dos poucos pontos negativos, acredito que as cenas de luta poderiam ser mais bem descritas e esmiuçadas, assim como a capa pouco valoriza o conteúdo, dando a entender ser algo mais infantilizado do que realmente é, o que pode afastar determinados leitores.

Enfim, é um excelente início de trilogia, de um novo mundo criado pela fantasia, que deixa um gostinho de quero mais, um gostinho de que ainda existem tramas a serem desvendadas debaixo daquela fonte de água azul.

Ficha técnica: 
 
Livro: O Castelo das Águias
Autora: Ana Lúcia Merege
Editora: Draco
Páginas: 192
Ano: 2011
Nota/Cotação: 4 de 5

Resenha: Amistad (Alexs Pate)

Há uns 10 anos, tentei ler este livro. Mas, não sei porque cargas d'água, não consegui e deixei-o de lado. No início deste ano, resolvi tentar mais uma vez. E, para minha surpresa, fiquei encantada com a história, que me marcou profundamente pelas injustiças e pela coragem de alguns indivíduos.

Mesmo este livro tendo feito o caminho inverso da maioria (o romance foi feito a partir do roteiro do filme), o resultado foi o mesmo: a obra escrita é bem melhor do que a película, que mesmo sendo muito bem filmada, ainda deixa a desejar devido à magica que Alexs Pate pôs nos personagens, transformando Cinque em um herói abnegado, John Quincy Adams no estereótipo de ex-presidente-americano-salvador-do-mundo e ainda conseguiu que as histórias secundárias tivessem vida própria e amarrassem o leitor do mesmo jeito.

Dentre essas histórias paralelas, um grande destaque é o homem que acompanhava Cinque no navio (agora esqueci o nome dele) e que se converteu rapidamente ao catolicismo, depois de uma lavagem cerebral em poucos dias na cadeia. A forma como ele cita a Bíblia e, por alto, a história de Jesus sob a perspectiva de alguém que nunca havia sequer ouvido falar no filho de Deus é genial!

Enfim, um livro recomendadíssimo para quem gosta de história, de uma obra bem escrita e para quem ainda tem dúvidas sobre o quanto a escravidão era absurda!

Ficha técnica:

Livro: Amistad
Autor: Alexs Pate (baseado no roteiro 
de David Franzoni)
Editora: Marco Zero
Ano: 1997
Páginas: 207
Nota/Cotação: 4 de 5

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Resenha: As crônicas de Nárnia (C.S. Lewis)

A partir das páginas de 'As Crônicas de Nárnia', C.S. Lewis influenciou vários gerações de leitores e, principalmente, de escritores. Por isso, acho bem difícil falar sobre uma obra tão importante para a literatura mundial. Ou você entra no mais do mesmo de enaltecer a essência da obra e sua singularidade, ou dá sua opinião pessoal sobre o livro. Neste caso, procurarei fazer as duas coisas, não se preocupe, caro leitor!

Como já falei antes, a mística e a mágica encontrada nos livros que compõe esta gigantesca obra, possuem poucos equivalentes na história da literatura. Desde o início do primeiro livro/conto, acompanha-se a construção dos personagens, a forma como eles crescem, não só fisicamente, mas intelectualmente durante as narrativas. As características que Lewis deu aos animais, sempre subjetivado pelas 'funções' reais dos bichos, também são geniais. A delicadeza e a ferocidade de Aslam em direto contraponto são momentos a serem enaltecidos, além disso, Lewis conseguiu criar personagens geniais para seus protagonista (no caso, os quatro irmãos) e manteve a magia mesmo quando eles não estavam presentes ou muitíssimo pouco apareceram, como no caso de 'O cavalo e seu menino'.

Chegando na parte da opinião. Dos sete livros ('O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa'; 'Príncipe Caspian'; 'A Viagem do Peregrino da Alvorada'; 'A Cadeira de Prata'; 'O Cavalo e seu Menino'; 'O Sobrinho do Mago'; e 'A Última Batalha'), os que mais gostei foram o primeiro, o terceiro e o sexto. Mas, todo o livro é maravilhoso, apesar de ser um pouco cansativo, e pesado, devido ao grandeeeee número de páginas nessa edição completa, que foi a que eu li. Para aqueles que tiverem (e conseguirem) a edição em números, acredito que será mais fácil e prazerosa a leitura.

PS.: Dentre os autores que se dizem diretamente influenciados pela genialidade de C.S. Lewis está J. R. R. Tolkien (de quem Lewis era amigo bem próximo) e J. K. Rowling, ou seja, não é pouca coisa não.

Ficha técnica:


Livro: As crônicas de Nárnia (junção de sete livros)
Autor: C. S. Lewis
Editora: Martins Fontes
Ano: 2009 (Original publicado entre 1950 e 1956)
Páginas: 752
Nota/Cotação: 4.5 de 5

Você sabia? - Aldous Huxley


Feliz Dia do Amigo!


terça-feira, 19 de julho de 2016

Resenha: Renegado (Diana Palmer)

Quando li 'Fora da Lei', também da Diana Palmer, já havia percebido a força do personagem Cash Grier, que ofuscou os 'mocinhos' da história. Em 'Renegado', essa teoria é comprovada, e com louvor, em uma história excitante e que prende o leitor do início ao fim.

Grier é um chefe de polícia do Texas que se vê envolvido com a bela modelo/atriz, Tippy Moore. Ambos têm vários traumas no passado, como todos os personagens da Diana, e acreditam ser difícil manter uma relacionamento. Principalmente, no caso de Cash, que já foi espião do Governo, mercenário, torturador e torturado, entre outras 'atribuições'. Tippy também tem muitos problemas, além de cuidar do irmão mais novo e ser perseguida pela mãe alcoólatra.

Com muita aventura, ação, romance e humor, o livro se desenrola, basicamente, em três partes: a primeira, quando eles se conhecem e Tippy engravida; a segunda, quando Rory, o irmãozinho, é sequestrado e ela troca de lugar com ele; e a terceira, quando eles voltam para o Texas e Cash precisa resolver vários problemas com políticos corruptos e tráfico de drogas.

Enfim, um livro eletrizante, que vale a pena ser lido mesmo por quem não é fã da autora ou de romances em geral, pois o mistério e o suspense também dão a tônica das páginas desta obra!

Ficha técnica:


Livro: Renegado
Autora: Diana Palmer
Editora: Harlequin Books
Ano: 2006 
Páginas: 333
Nota/Cotação: 5 de 5

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Resenhas: O Diário de Bridget Jones / Bridget Jones: No Limite da Razão

O Diário de Bridget Jones

A precursora dos livros de 'mulherzinhas'

Todas as mulheres têm um pouco de Bridget Jones dentro de si. Ao terminar a última página deste livro, é a esta conclusão que se chega, claramente. A personagem-título vive e pensa situações que acontecem com toda e qualquer mortal influenciada pelo pós-feminismo do século 21.

A busca pelo homem perfeito, ou qualquer um que a quisesse levar pra cama; o emprego que não era bem o que ela queria; as gordurinhas a mais que a tiravam do sério; a contagem diárias de calorias, unidades alcoólicas e cigarro fazendo parte da sua rotina... enfim, estes e outros paradigmas da mulher moderna estão inseridos neste livro de forma muito leve e engraçada, fazendo com que os leitores se vejam naquele momento, como algo que já presenciou.

Bridget desenvolve cada um de seu problemas com graça e jogo de cintura, mas acaba se deixando levar pela pergunta: 'o que vão achar de mim?' e deixando muitas coisas para trás. Mas, mesmo assim, percebe que não há nada que um copo de blood mary (tomei só por causa do livro e é horrível) e que uma boa conversa com seu amigo Max, gay convicto, não resolva. De onde será que conheço alguém assim?

Helen Fielding
Renée Zellweger, a personificação de Bridget Jones


Bridget Jones: No Limite da Razão

Perdendo a mão

Se o primeiro livro da trintona Bridget Jones foi um arrasa-quarteirão delicioso de ler, o segundo deixa a desejar. A autora não consegue manter o pique acelerado e acaba caindo em dramas desnecessários.

Bridget, finalmente, tem um namorado. O certinho-tudo-de-bom Mark Darcy (Jane Austen agradece a lembrança), mas o mulherengo Daniel ainda não está completamente descartado. Além disso, dramas familiares, como a separação dos pais, estão afligindo a ex-engraçadíssima heroína.

Não é que seja ruim, mas perde de longe para o primeiro livro da franquia.

PS.: Já tenho o terceiro livro (Louca pelo garoto), mas ainda não me animei de ler! Quando conseguir fazê-lo, posto aqui minha opinião!

PS.2: LOUCA PELO FILME e ponto!


Ficha técnicas:


Livros: O diário de Bridget Jones / 
Bridget Jones: No limite da razão
Autor: Helen Fielding
Editora: Record
Ano: 1998 / 2001
Páginas: 322 / 444
Nota/Cotação: 3,5 de 5

Dois anos sem João Ubaldo Ribeiro

Há dois anos perdíamos o genial João Ubaldo Ribeiro, um dos maiores cronistas do cotidiano que a literatura brasileira já produziu! Tive o gigantesco prazer de entrevistá-lo duas vezes. Na primeira, ainda consegui me conter, mas, na segunda, desfiei meu rosário de elogios ao baiano de fala mansa. E, mesmo acostumado aos louros do sucesso, Ubaldo ficou encabulado, dizendo-se pouco merecedor de tais loas. Quanta humildade!

Vida longa à obra de João Ubaldo Ribeiro!

Obrigada, mestre!


Bibliografia:

Romances

Setembro não tem sentido - 1968
Sargento Getúlio - 1971
Vila Real - 1979
Viva o povo brasileiro - 1984
O Sorriso do Lagarto - 1989
O feitiço da Ilha do Pavão - 1997
A Casa dos Budas Ditosos - 1999
Miséria e grandeza do amor de Benedita - 2000
Diário do Farol - 2002
O Albatroz Azul - 2009

Contos

Vencecavalo e o outro povo - 1974
Livro de histórias - 1981/Reeditado em 1991 sob o título de Já podeis da pátria filhos
Crônicas
Sempre aos domingos - 1988
Um brasileiro em Berlim - 1995
Arte e ciência de roubar galinhas - 1999
O Conselheiro Come - 2000
A gente se acostuma a tudo - 2006
O Rei da Noite - 2008

Ensaios

Política: quem manda, por que manda, como manda - 1981

Literatura infantojuvenil

Vida e paixão de Pandonar, o cruel - 1983
A vingança de Charles Tiburone - 1990
Dez bons conselhos de meu pai - 2011

Resenha: O roubo do punhal sagrado (Amâncio Leão)

Como as pessoas que acompanham o blog já devem saber, sou apaixonada por livros de suspense e por livros infantojuvenis. Quando encontro algo que consiga unir essas duas paixões - menção honrosa para Os Karas, do eterno e maravilhoso Pedro Bandeira -, fico bastante contente. Todo esse nariz de cera serviu para dizer que 'O roubo do punhal sagrado' é um baita livro de detetives para adolescentes!

A história é sobre um grupo de amigos que são impelidos a descobrir o que, realmente, aconteceu com o francês namorado da mãe da menina da história. Com isso, eles se metem em um intrincada história que envolve policiais, colecionadores, ciganos e organizações secretas. Um prato cheio para esse tipo de obra!

As personalidades de cada um dos personagens é bem delineada com os clichês básicos do grupinho de adolescentes, porém, com uma pitada de humor em todos eles, o que faz com que o leitor sinta uma grande simpatia pelo grupo e que os adolescentes até se identifiquem com eles, como quando matam aula ou quando são repreendidos pelos pais. Nesse sentido, o autor conseguiu colocar a dose certa, sem apelar para o pieguismo, nem ser grosso ou insípido.

Quanto à narrativa em si, obviamente, há alguns furos, porém, nada que atrapalhe a trama, que mesmo não sendo brilhante (dá para saber bem antes quem é o cabeça da história) prende o leitor e, no fim, ainda guarda uma boa surpresa, além do épico final meio 'O código Da Vinci'.

Para quem gosta deste tipo de literatura ou para aqueles que têm o poder de influenciar adolescentes a ler, esta é uma boa opção, que irá deliciar um ou outro do início ao fim.

Ficha técnica:

Livro: O roubo do punhal sagrado
Autor: Amâncio Leão
Editora: Escrita Fina
Páginas: 95
Ano: 2009
Nota/cotação: 4 de 5

domingo, 17 de julho de 2016

Resenha: Os Corumbas (Amando Fontes)


Apesar de ter sido escrito em 1933, 'Os Corumbas' continua atual, já que trata da história triste do proletariado nordestino, ou de todo o Brasil, que acorda antes do sol nascer para trabalhar e ainda passa fome.

Amando Fontes conta a vida da família Corumba durante os seis anos que viveram em Aracaju, após saírem de um pequenino vilarejo no interior do Sergipe. No início, Geraldo e Sá Josefa chegaram com cinco filhos, quatro mulheres e um homem. No entanto, os infortúnios são tantos que neste pequeno espaço de tempo eles perdem toda a prole. E assim, se desenrolam os fatos na Estrada Nova ou nas fábricas de tecido Têxtil e Sergipana.

O triste relato é ainda mais profundo se levado em consideração os costumes e tradições da época, que faziam com que qualquer coisa fosse considerado algo sem perdão. Quanto à linguagem, apesar do livro ter mais de 80 anos, há várias palavras que já não estão no nosso dialeto habitual, como sazões, taquaras, caceteiras, entre outras.

Como, sabiamente, disse o grande Mário de Andrade: 'Esse livro vale por si'. Um verdadeiro romance do proletariado brasileiro.

Ficha técnica:

Livro: Os Corumbas
Autor: Amando Fontes
Editora: José Olympio
Ano: 1996 (Original 1933)
Páginas: 176
Nota/Cotação: 4 de 5

Resenha: Amor é prosa, sexo é poesia

Um mundinho interessante, mas particular demais, assim pode ser definido esse livro, já que as multifacetas de Arnaldo Jabor estão todas, ou quase, transmitidas nos 36 relatos de 'Amor é prosa, sexo é poesia', quando o autor fala sobre assuntos diversos, desde a bunda de fulana à política externa de Hugo Chavez. Mas, sempre com a propriedade que lhe é peculiar e que já estamos acostumados a ler (e discordar) nos jornais da vida.

Enquanto exalta com paixão a mulher brasileira e declara-se um contrafeito ao futebol, Arnaldo narra ora com amor, ora com paixão, vários efeitos do cotidiano do Rio de Janeiro, Brasil e até mundo. Com especial destaque para seus anseios familiares, principalmente no que diz respeito ao avô, que, pelo que podemos sentir nos textos, era um homem de inteligência e sagacidade.

No entanto, o panorama dado pelo autor é extremamente pintado por alguns paradigmas e pensamentos próprios da elite, de quem nasceu e cresceu na Zona Sul. Não que isso seja vexatório ou ruim, mas, em alguns momentos esse 'cotidiano' aparece de forma a tornar pejorativas frases e histórias contadas por Jabor. Para mim, tirou muito do brilho da obra, para outros pode ser que agrade. Enfim, deixou-a bastante limítrofe entre o bom e o ruim, na minha opinião.

PS.: A música com a diva Rita Lee é bem melhor!



Ficha técnica:

Livro: Amor é prosa, sexo é poesia

Autor: Arnaldo Jabor
Editora: Objetiva
Ano: 1999
Páginas: 2004
Nota/Cotação: 2,5 de 5