Dizem que amor de mãe não tem tamanho. E este livro da Barbara Delinsky
comprova isso. Porém, Virgine St. Claire não é uma mãe normal e suas
filhas se ressentem muito disso. Com este mote, a autora consegue
comover os leitores e fazer com que nos apaixonemos por todos os seus
personagens. Cada um com uma particularidade e características
diferentes, mas recheados de emoções verdadeiras e aquela sensação de
'isso pode acontecer comigo' ou 'também penso assim'. Há muito tempo não
dava cinco estrelas para um livro, mas este romance merece isso e muito
mais.
Prestes a completar 70 anos e com alguns problemas de saúde, Virgine
resolve fazer as pazes com as três filhas, que em comum só têm a mãe e
um ressentimento muito grande pela falta de atenção materna. Isso porque
Virgine nunca pôde dar a elas o amor que mereciam pois seu coração
ficou seco após a maior desilusão da sua vida.
Cada uma das filhas tem uma personalidade marcante e bem diferente.
Caroline é uma advogada super rígida e totalmente focada na profissão. Aos 40 anos não se casou e não quis ter filhos, pois eles
podiam roubar o tempo que precisava dedicar ao escritório. Afinal, não é
fácil ser mulher e sócia de alguns dos melhores advogados do mundo,
sempre prontos para puxar o seu tapete.
Annette é exatamente ao contrário. Por não ter tido um lar amoroso e
acolhedor, faz de tudo para que sua casa seja assim. É completamente
apaixonada pelo marido e por seus cinco filhos. É o alicerce de toda
família. O pilar de sustentação da casa. Chegando a ser sufocante de
tanto que se dedica ao lar.
Leah é fútil e linda. A caçula das irmãs é quem mais se parece com a
mãe, no sentido de adorar festas e alta sociedade. No entanto, já
percebeu que sua vida não tem sentido e que precisa nortear o seu
destino.
Por falta de tempo e por divergências, as três mulheres praticamente não
se viam e nunca poderiam ser chamadas de amigas. Só que uma bem
planejada artimanha de Virgine colocou-as na mesma casa e elas
precisaram aprender a se amar e a se entender. Isso tudo envolto à aura de
mistério e amor que cobre Star End's, a tal casa comprada por Virgine
de forma muito específica. É lá na pequena cidadela que elas se
reencontram com tudo o que deixaram para trás e, principalmente, onde
reencontram o significado do palavra família, além de Jesse e Will,
homens apaixonantes e que nunca deixaram de estar presentes no dia a dia
das mulheres St. Claire.
Enfim, o livro é delicado e de uma beleza extraordinária. A autora
consegue, aos poucos, mostrar que todos somos diferentes, mas que a
genética tem uma grande influência na nossa vida. Querendo ou não.
Recomendadíssimo.
Ficha técnica:
Livro: Para minhas filhas
Autor: Barbara Delinsky
Ano: 2001
Página: 415
Editora: Bertrand Brasil
Nota/Cotação: 5 de 5
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