Demorei muitos anos para finalmente ler o clássico 'Alice no País da Maravilhas'... e garanto que não me arrependi. Porém, repetindo o lugar-comum, este não é um livro para crianças. Ou melhor, apesar de falar de uma criança (ou pré-adolescente, como queiram) tem muito mais de filosofia e de indagações do que se espera de um 'conto de fadas'.
A história e o mote nem valem a pena contar mais uma vez, porém, separei alguns pormenores que me chamaram atenção durante a leitura:
- A percepção de Alice sobre as mudanças no seu corpo, aumento e diminuição. O que me faz crer ainda mais na ideia de uma Alice pré-adolescente;
- A curiosidade inerente aos jovens, que nem sempre acabam bem;
- O coelho como um persongem que retrata (já naquela época) a tendência do ser humano em querer fazer mais e mais em menos tempo; além do medo dos superiores no trabalho;
- A Dama de Copas como uma crítica à monarquia; assim como o rei muito mais frouxo que a rainha;
- O chapeleiro louco e a lebre de março, que em seu eterno chá, podem querer dizer as eternas voltas que damos na vida sem chegar lugar nenhum;
- As funções do naipes como uma lembrança de que cada um tem seu lugar no mundo, sua função;
- Mas, acima de tudo, os questionamentos sobre o ser e o estar, a diferença entre o que se sente e o que os outros veem de você e outras perguntas que, até hoje, têm várias respostas, mas que nenhuma responde perfeitamente.
Enfim, um livro gostoso e que faz você continuar pensando depois de terminar de lê-lo...
PS.: Na expectativa pela adaptação do Tim Burton de 'Alice através do espelho', que ainda não li, mas está na lista!
Ficha técnica:
Livro: Alice no País das Maravilhas
Autor: Lewis Carroll
Ano: 1865 (Original); 2014 (Edição)
Editora: Universo dos Livros
Páginas: 108
Nota/Cotação: 4 de 5
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