segunda-feira, 6 de junho de 2016

Resenha: Saga Crepúsculo - Stephenie Meyer

Depois de muito tempo, finalmente, li a saga 'Crepúsculo'. Muitas pessoas me perguntaram o motivo, já que era horrível, coisa de adolescente, isso e aquilo. Respondia apenas que EU precisava ler para saber isso, que não adiantava malhar os livros sem conhecê-los de verdade. Os leitores deste blog sabem que eu só falo mal, ou bem, depois de ler. Então, a leitura da Saga Crepúsculo foi um exercício antropológico para mim.
No geral, dou nota 5 para a saga. Não é tão ruim quanto pintaram, nem tão bom quanto as ‘crepusculetes’ falam. É algo mediano, que chegou no momento em que havia a necessidade de suprir a lacuna que o fim dos livros da série Harry Potter deixou, com um pouco mais de açúcar do que o necessário, na verdade.
Uma coisa que me incomodou realmente foi a saga não ser definida, está sempre limítrofe. Não é nem um livro de vampiros, longe disso, nem um romance normal. Certamente, alguém vai me dizer que eu rotulo tudo. E acho que é bem verdade, pois não vi um ponto-base na trama, seja no relacionamento entre Bella e Edward, seja no ‘universo’ vampírico. Acho que faltou uma graça a mais, um embasamento maior para criar uma identificação com os leitores que não buscavam única, apenas e exclusivamente o romance. Fora o final que é, no mínimo, no mínimo, decepcionante para qualquer pessoa que já tenha lido algo sobre seres imortais, como a profundidade das últimas cenas de 'Drácula', o fio de novelo com final das tramas de Anne Rice, a ação pungente em cada página dos livros do André Vianco… mas aí é outra história.

Bom, explicado isso. Segue minha opinião sobre 'Crepúsculo':

A primeira parte do livro, quando Bella começa a se ‘explicar’, mostrar quem é, foi de uma chatice
sem tamanho. Porém, quando ela começa a descobrir que são os Cullen e como vivem, passa a ficar mais bacana, mais curioso. Porém, contudo, no entanto, todavia, é um showwwwwww de adjetivos. Não consigo me lembrar de um livro que seja mais adjetivado do que esse. Parece que a autora pegou o dicionário e começou a passear pelos verbetes escolhendo pelo menos um 30 mil para descrever os olhos do Edward, o cabelo do Edward, o sorriso torto do Edward… ó Deus. Encheu. Mas, fora isso, a história tem pontos altos, como o diálogo entre eles quando Edward conta do que é capaz e os momentos em que ela ‘descobre’ cada um dos Cullen.

'Lua Nova'

Na minha opinião, o melhor livro da série. Pois, sem a presença do Edward, a história melhorou muito, pois Bella não se fixou tanto nas maravilhas geradas por ele e pôde ser um pouquinho menos chata. Além disso, o crescimento de Jacob, suas brincadeiras e seu jeito descontraído são ótimos, pois ele tem uma inconsequência bem interessante. Fora isso, as cenas da Itália são boas, inclusive conseguindo causar alguma tensão. Me surpreendeu.






'Eclipse'

Há muito tempo não via um livro tão, mas tão maçante. Gostaria que alguém resumisse o que acontece nesse livro, porque para mim não aconteceu NADA. Se não fosse o finalzinho, com os vampiros de Seattle, o livro passaria todinho em branco, sem emoção alguma. Acho que demorei mais para ler esse livro do que para ler os outros três. Única e exclusiva exceção para o diálogo cheio de farpas entre Edward e Jacob, quando a Bella está dormindo, antes da invasão dos recém-criados. E só.




'Amanhecer'

Fiquei muito na expectativa desse último livro, pois a maioria das pessoas me disse que era o melhor. Sinceramente, não concordo. Os três primeiro capítulos são água com açúcar pura e as descrições que são feitas do Brasil mostram o que os americanos acham de nós, que somos indígenas e que vivemos em tribos.
Bom, depois as coisas começam a ficar mais interessantes com o nascimento da Renesmée, e tudo o que envolveu como o fofo Imprinted, e com a iminente invasão dos Volturi. Porém, toda aquela preparação chega a cansar, fica-se muito tempo preparando, aguardando, esperando. Por outro lado, a chegada das testemunhas é bem bacana, mostrando uma, pouca é verdade, variedade de vampiros do mundo. Destaque também para brincadeirinha Jacob Wolfe! Ri sozinha.
Como já disse anteriormente, o fim deixou MUITO a desejar, muito mesmo. Conclusão fraca e pouquíssimo amarrada, dando claramente a entender que ela pretende sim escrever outros livros. Agora, obviamente, ela vai dizer que não irá escrever e tal. Mas, guardem minhas palavras, vem mais por aí. É fato!


'A breve segunda vida de Bree Tanner'

Ao contrário da história completa, neste livro os vampiros são realmente vampiros, com traqueias

A obra de Stephenie Meyer conta a vida nas trevas de uma menina-vampiro, Bree, que, com cerca de 16 anos mortais, é recrutada para o bando que Riley criou para enfrentar os 'olhos amarelos', leia-se a família Cullen, Bella e seus companheiros. Porém, o que há de mais interessante é a descrição de como realmente são os recém-criados, pois durante toda a saga original eles são descritos como terríveis, fortíssimos e incontroláveis. Contudo, somente conhecemos uma recém-criada nos quatro livros, a Bella, que já "nasce" com muito mais poderes do que o normal e com um autocontrole inquestionável.

Outro ponto interessante, é que a autora não precisou humanizar a personagem principal, nem os outros mocinhos da trama, Diego e Fred. Eles conquistam o leitor mesmo sendo chupadores de sangue, com desejos irresistíveis e dores horríveis quando são privados da caça. E mesmo assim são cativantes e, mesmo sabendo como é o final da história, torcemos por eles.

Na minha visão, um outro questionamento importante também é respondido: a situação dos Volturi, já que, nos livros originais, eles são retratados como vilões mas no fim, broxante por sinal, não parece que são tão ruins assim. E em 'A breve segunda vida de Bree Tanner', vemos que a antiga família pode ser um pouco mais malzinha do que se deixou transparecer no início.

Enfim, é um livro mega rápido de ser lido, com letras grandes e espaçadas, e que serve para horizontalizar a história inicial. A maior diferença é que os vampiros são realmente vampiros que vivem de sangue, o que já dá um novo gosto à trama (com trocadilho, por favor).
explodindo e corpos drenados do seu fluido vital. Muito melhor assim.

Ficha técnica:

Livros: Saga Crepúsculo (Crespúsculo, 
Lua Nova, Eclipse, Amanhecer e 
A breve segunda vida de Bree Tanner)
Autor: Stephenie Meyer
Ano: 2008 a 2010
Editora: Intrínseca
Nota/Cotação: 2.5 de 5

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