sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Resenha: O diário de Anne Frank (Anne Frank)

Há pouquíssimas pessoas que ainda não conhecem a história de 'O diário de Anne Frank', pois, além da escrita, vários filmes e documentários já foram feitos sobre o assunto. Porém, quando se está com o livro em mãos, a história parece que toma vida e você se apega de uma forma inebriante à autora e ao seu fatídico destino. Quando li o livro, obviamente já sabia o que aconteceria com a pobre menina judia, que passou anos escondida em um sótão em Amsterdã, mas garanto que não estava preparada para tamanho desconforto ou tamanha tristeza que me invadiu no fim da leitura.

No início do diário, Anne conta sobre sua vida pré-guerra, seus problemas na escola (o que hoje chamariam de Bullying) e o dia a dia com sua família. Só que aos poucos as batalhas se aproximam, os nazistas passam a se infiltrar em todos os locais e a caçada aos judeus se torna ferrenha e acaba com os alicerces da família Frank, que precisa fugir e ser escondida em um sótão com várias outras pessoas que também precisavam não serem descobertas pelos soldados, a fim de que não fossem mortas sumariamente ou enviadas para os temidos campos de concentração.

Aos poucos, o leitor se encanta com a ingenuidade e o sofrimento daquela criança que escreve noite após noite em seu diário e consegue mostrar toda a confusão de seus sentimentos e a falta de entendimento sobre o motivo de estarem passando por aquele inferno. Para tentar fugir do seu triste cotidiano, Anne ainda cria uma amiga imaginária chamada Kitty, que acaba sendo um alterego de cada um de nós, leitores. Ela passa por todos os problemas inerentes à infância e ao início da juventude, como uma paixão por Peter, um dos moradores do anexo, e a necessidade de continuar os estudos, mesmo estando em tão precária situação, ordens expressas de seu pai Otto Frank, no fim, o único sobrevivente e que ficou responsável por transformar o diário da filha em livro após sua morte por tifo, no campo de Bergen-Belsen.

Pessoalmente, algo que me marcou muito nesse livro foi a forma como termina, pois o diário é, literalmente, interrompido do nada quando chega a polícia de segurança para levá-los após descobrirem o esconderijo. É como se estivéssemos ali ao lado de Anne, já que não há respostas para suas perguntas, não há fim para suas dúvidas, não há fim, tudo é interrompido. Inclusive, a vida daquela que nos afeiçoamos em todas as outras páginas.

Ficha técnica:

Livro: O diário de Anne Frank 
Autor: Anne Frank
Editora: Record
Ano: 2008 (original de 1947)
Páginas: 350
Nota/Cotação: 4 de 5

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