quarta-feira, 13 de julho de 2016

Resenha: Renato Russo, o trovador solitário

A história de Renato Russo se confunde com o nascimento (ou renascimento) do rock brasileiro nos anos 80; se confunde com a garotada de Brasília, que fazia música e queria um Brasil diferente; se confunde com os milhões de fãs que a Legião Urbana cativou durante sua, curta, jornada e que idolatram a figura criada pelo seu líder.

Neste livro, Arthur Dapieve mostra que é um dos melhores biografistas da atualidade (ao lado do onipresente Nelson Motta) e cria um ambiente íntimo e musical para se falar sobre difícil personalidade de Renato Manfredini Jr. Desde a infância dividida entre a Ilha do Governador e os Estados Unidos até a morte, no apartamento da Rua Nascimento Silva, em Ipanema. E, principalmente, passando pela adolescência em Brasília, onde houve a explosão criativa do rock nacional.

O grande lance deste livro é que ele é muito musical, cheio de referências aos ídolos de Renato, que ele fazia questão de citar em todos os seus diálogos. Referências estas que vão desde a música clássica, com Bach e Wagner (o preferido de Renato), ao Punk do Sex Pistols. Além disso, o autor não se aprofunda na questão da homossexualidade e da Aids que vitimou o cantor, e sim, exalta o talento e as letras perfeitas que RR deixou para a sociedade, uma grande diferença na maioria das biografias do cantor, que parecem ter prazer em esmiuçar a questão.

Para quem gosta de biografias e, principalmente, de rock and roll, é um prato cheio, a verdadeira cantata do Trovador Solitário!

Ficha técnica:

Livro: Renato Russo, o Trovador Solitário
Autor: Arthur Dapieve
Editora: Ediouro
Páginas: 188
Ano: 2006
Nota/Cotação: 4,5 de 5

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