*Por
Érika dos Anjos
Entre
os dias 4 e 22 de julho, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) está
recebendo o ‘Ciclo Mercado editorial: inserção, atuação e análise’ com debates
e palestras muito interessantes sobre o mundo da publicação e dos livros em
geral. Tive o prazer de assistir à mesa temática ‘Publicação em editoras
comerciais’, no dia 7 de julho, que contou com a presença dos escritores Janda
Montenegro (Novas Páginas), Íris Figueiredo (Generale) e Flávio Izhari (Rocco).
Nas
mais de duas horas de conversa, os três autores falaram sobre suas carreiras e
algumas peculiaridades do ato de publicar por pequenas, médias e grandes
editoras. Porém, o relacionamento com a internet e com os leitores permeou
grande parte do bate-papo.
De
acordo com Íris Figueiredo, para o escritor atual é importante estar em dia com
seus leitores, saber como lidar com seu público-alvo e, principalmente, estar
presente na internet.
“Até
pouco tempo, não havia uma profissionalização dos escritores que escreviam para
o público juvenil, porque esse nicho praticamente não existia. Hoje não é
assim. As editoras estão interessadas nesses jovens escritores e nesse público.
Por isso, quem quer atingi-los precisa estar sempre presente na internet,
precisar frequentar as feiras, palestras, precisa ter afetividade. É isso que o
público juvenil quer. Não apenas consumir uma história. Eles querem, e precisam
de alguém para se relacionar”, analisou a escritora.
A
autora Janda Montenegro corrobora esta opinião e enfatiza que a interatividade
com os leitores deve ser uma realidade diária, tanto para escritores quanto
para editoras.
“O
tempo que dedicamos às atividades paralelas a de ser escritor, a realmente
escrever histórias, é exaustivo. Mas, é o que rege sua carreira. O público quer
ver você o tempo todo, não só como autor mas como pessoa, o seu dia a dia. Está
aí o Snapchat, que é essa pura realidade. O mercado está mudado e é preciso
acompanhá-lo”, salientou a autora, que ainda ressaltou o poder da internet para
que as pessoas possam emitir suas opiniões, sejam elas boas ou más. Por isso, o
autor precisa ter discernimento saber quais críticas deve ou não relevar.
“Para
o escritor, para quem quer escrever, é importante não perder de vista o que o
levou até ali, o que o levou a escrever, o que te leva a escrever todos os dias
da sua vida”, filosofou o autor.
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