terça-feira, 12 de julho de 2016

Evento na Uerj fala sobre a relação de escritores e editoras com a internet



*Por Érika dos Anjos


 Entre os dias 4 e 22 de julho, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) está recebendo o ‘Ciclo Mercado editorial: inserção, atuação e análise’ com debates e palestras muito interessantes sobre o mundo da publicação e dos livros em geral. Tive o prazer de assistir à mesa temática ‘Publicação em editoras comerciais’, no dia 7 de julho, que contou com a presença dos escritores Janda Montenegro (Novas Páginas), Íris Figueiredo (Generale) e Flávio Izhari (Rocco). 
Nas mais de duas horas de conversa, os três autores falaram sobre suas carreiras e algumas peculiaridades do ato de publicar por pequenas, médias e grandes editoras. Porém, o relacionamento com a internet e com os leitores permeou grande parte do bate-papo.

De acordo com Íris Figueiredo, para o escritor atual é importante estar em dia com seus leitores, saber como lidar com seu público-alvo e, principalmente, estar presente na internet.
“Até pouco tempo, não havia uma profissionalização dos escritores que escreviam para o público juvenil, porque esse nicho praticamente não existia. Hoje não é assim. As editoras estão interessadas nesses jovens escritores e nesse público. Por isso, quem quer atingi-los precisa estar sempre presente na internet, precisar frequentar as feiras, palestras, precisa ter afetividade. É isso que o público juvenil quer. Não apenas consumir uma história. Eles querem, e precisam de alguém para se relacionar”, analisou a escritora.
A autora Janda Montenegro corrobora esta opinião e enfatiza que a interatividade com os leitores deve ser uma realidade diária, tanto para escritores quanto para editoras.
 “O tempo que dedicamos às atividades paralelas a de ser escritor, a realmente escrever histórias, é exaustivo. Mas, é o que rege sua carreira. O público quer ver você o tempo todo, não só como autor mas como pessoa, o seu dia a dia. Está aí o Snapchat, que é essa pura realidade. O mercado está mudado e é preciso acompanhá-lo”, salientou a autora, que ainda ressaltou o poder da internet para que as pessoas possam emitir suas opiniões, sejam elas boas ou más. Por isso, o autor precisa ter discernimento saber quais críticas deve ou não relevar.
Para Flávio Izhari, independente de estar em uma grande ou pequena editora ou de ter esse ou aquele público-alvo, é preciso estar em dia com o seu sentimento em relação ao que escreve.
 “Para o escritor, para quem quer escrever, é importante não perder de vista o que o levou até ali, o que o levou a escrever, o que te leva a escrever todos os dias da sua vida”, filosofou o autor.

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